11 de Janeiro de 2011

A verdade é que as coisas nunca são como nós queremos, não são como pensamos e imaginamos, não são e provavelmente nunca irão ser como tanto idealizamos. A verdade é que a vida prega com cada partida que é de curtar a respiração, a mim pregou-me uma. Ontem foi mais um dia para esqueçer, para além de não dormir nada áh quase uma semana, áh três dias que não comia como deve de ser, nem em pequenas nem em grandes quantidades. Fazia no máximo uma refeição completa e demorava quase uma hora para a acabar, e isso não faz parte da minha natureza.
As dores constantes no estomago já se tornavam insuportáveis, e com isso veio mais e mais, veio os rins, as costas, a cabeça e para acabar bem o coração.
Ontem fui para o hospital. Entrei eram precisamente 19h40, fui chamada áh triagem e queixei-me das dores horriveis que assombravam o meu estômago e que prosteriormente vinham as dores nos rins e que em breves momentos sentia picadas no peito, como se me dessem facadas no coração, que chegava ao ponto de mal respirar. A enfermeira olhou para mim, mediu a minha tensão e tirou me a febre duas vezes. Deu-me a bela da pulseira verde, olhei para a sala de espera e só me apeteçeu chorar.

Veio-me tudo áh cabeça e pensei "Eu vou Morrer Aqui", as dores não paravam e eu sem conseguir comer ah mais de quatro longas horas. Passaram as horas e só conseguia ingerir liquidos, obriguei-me a mim mesma a engolir um bocado de pão. Mas não me levou a lado nenhum, os nervos aumentavam e tentava me distrair rindo das coisas mais estupidas que alguém se puderia alguma vez rir.
Não conseguia parar de ouvir o nome de todas as pessoas a ser chamado e o meu não, não suportava mais as dores e as lágrimas que tentava conter. Passaram QUATRO HORAS E MEIA e não me chamavam ! Foi ai que não aguentei mais, vi tudo áh roda, vi o chão a fugir me dos pés, eu olhei para a minha acompanhante e disse "Preciso de comer, não me aguento em pé" e as lágrimas escorreram-me como se fosse o ultimo momento da minha vida, as pernas fraquejaram e só ouvia "Chamem uma enfermeira".
E quando abri os olhos, eu estava sentada numa sala e um enfermeiro chegou-se ao pé de mim e fez-me uma séria de questões ás quais em demorei a responder devido ao meu estado critico. Picou-me o dedo, voltou a tirar-me a tensão, voltou a medir-me a febre, deu-me agua e disse "Consegues andar?", agarram-me e devagarinho andei, andei até a sala de observações. Pediram-me pa me sentar no cadeirão e passado 2mts foram me buscar e levaram-me áh médica. A médica era simpática, atendeu-me da melhor forma que possivelmente conseguiu, visto que era quase 1da manhã :x examinou-me e mandou-me ir fazer um exame cardio super estranho.
Fiz-o, e nunca me senti da maneira que me senti enquanto fazia esse exame. Senti o meu coração a bater em toda a parte do meu corpo, foi estranho !
Seguidamente voltei para o cadeirão e ouvi a palavra agulha :'| Parou tudo, abri os olhos rapidamente. Iam me espetar uma agulha na mão, levei soro, medicação para a mal disposição, para as dores e para me aguentar para tirar sangue. Com isso tudo disseram-me "Vai dar um bocadinho de sono" e foi quando voltei a não ver praticamente nada. Lá fui eu tonta, sem ver e saber como me ia safar desta, e fui tirar sangue. Mandaram me para a sala de espera outra vez, fiquei mais 45 minutos ah espera, com uma pedrada enorme de toda a medicação que tinha recebido, e uma agulha espetada na mão . Deitei-me um bocado e demorou muito pouco para me sentir mal, o meu estômago estava a matar-me outra vez e os meus pensamentos só pioravam o meu estado. Perguntei as horas e responderam-me "São 01:50 da manhã, está aqui ah muito tempo?" OH MEU DEUS, não conseguia acreditar nisto. Já não suportava estar ali, não ter a mão que queria agarrar naquele preciso momento, levantei-me e pus me a andar de um lado para o outro e uma enfermeira veio ter comigo e disse-me "A soraia pode ir para o corredor, vai entrar a seguir" E entrei em dois minutos, entrei no consultório da médica eram 02:00 da manhã. A Médica leu o resultado do meu exame cardio e disse-me que tem alterações mas não pareçe ser a causa das dores insuportáveis no estômago, e derrepente disse-me: "Não gosta de bananas?" :| Fiquei espantada e disse "Gosto". E a Sr. Doutora disse-me " A Soraia tem o nível de potássio no seu corpo muito baixo, o minimo é "X" e a Soraia têm um nível muito diferente, está muito mau."
Fiquei sem reacção, omg que dores que me atormentavam. Mandou-me um monte de medicamentos, mandou-me comer bananas e alimentos com muito potássio, mandou-me ter calma em relação á vida e para cuidar de mim. Ouvi com bastante atenção e apesar do estado critico em que me encontráva levantei a cabeça, fui tirar a agulha da mão fui agradeçer a todos os que trataram de mim. E depois de 6h e mais uns quantos minutos sentei-me no táxi e vim para casa. Cheguei, rezei e deitei-me com medo.
Com medo de adormeçer, de ter o mesmo pesadelo novamente, de acordar pior ou até mesmo de não acordar, medo dos seguintes dias e da cruel recuperação,medo que os meus irmãos fiquem piores dos seus respectivos problemas de saúde, de não ter eles do meu lado, medo por mim, medo pela minha mãe, medo de me amedrontar ainda mais.
Foi mais um dia doloroso que sobrevivi sem as rodinhas «/3 Não entendes, eu sei, eu sei o que achas, pensas, queres, desejas, tencionas, precisas, sentes, finges e tentas sentir, o que o teu olhar diz, o que procuras com os teus actos e as tuas palavras, eu sei tudo o que preciso, quero e nem sempre necessito. Mas tu? O que sabes? Ainda me conheçes?
Foi tudo isto que me atormentou durante todas as horas que no hospital passei, só eu sei, e sei o valor que tenho e o valor que tu tens. Um dia vais entender-me e talvez apoiar-me, mas até lá continua, magoa-me e tenta destruir-me ! Talvez não encontres o resultado que esperavas.
Obrigado a Todos que se preocuparam (L) Estou em cura e pura recuperação +.+